8 de fevereiro de 2009

Conselhos de Mãe... o melhor da vida!

Todos os dias a minha mãe me "enche os ouvidos" com cuidados que devo ter no meu dia-a dia desde trancar sempre a porta do carro enquanto conduzo, não andar sozinha à noite, certificar-me se a porta de casa ficou bem trancada, desligar o gás, ter cuidado com a lareira para não incendiar a casa, ter cuidado onde coloco o ferro de engomar com ele ainda quente, não adormecer com o aquecedor ligado, fechar bem as torneiras..... e agora eu pergunto-me porque é que no role dela de conselhos e alertas para a sua filhinha nunca me disse: FILHA, CUIDADO COM OS HOMENS!

Ontem o dia foi de lágrimas. Não parti o carro, nem me assaltaram a carteira... "assaltaram-me" antes o coração um conjunto de situações que tendia a minimimizar, a encarar com naturalidade e coração de ferro... mas que desta vez estavam a conseguir derrubar-me. Os alertas de que não estaria bem surgiram em forma de choro compulsivo, mãos e olhar trémulo. Estava fora de mim e não sabia para onde ir...

Acabei numa praia longínqua a olhar o mar e descalça a vaguear junto às ondas do mar. Estava "torto" como alguém tão querido me ensinou! Olhava o horizonte com lágrimas nos olhos a pensar onde tinha eu errado?! Porque raio ainda me deixo sucumbir daquela forma e porque carga de água "ele" tinha despoletado em mim tamanha fraqueza! Estarei eu assim tão carente para chegar ao cúmulo de chorar no colo de um homem??? Isso jamais deveria acontecer, onde está a LoisLane racional, forte, madura, inteligente e astuta?

Olhei tão infinitivamente o mar como ele a mim, ali sozinha, cabisbaixa, frágil e pequena perante a imensidão daquele cenário. Do meu lado direito e uns metros à frente estava um casal abraçado e embriagado pela paixão e a beleza do amor. Mais atrás estava um outro casal deitado a olhar o céu imenso azul, quem sabe a decobrir palavras desenhadas nas núvens.... ainda ali estava uma outra pessoa encostada no seu Audi A3 a olhar o mar, tal como eu! Talvez fizesse o mesmo que eu... procurasse um refúgio...

O frio começou a deixar os meus pés enregelados e os lábios roxos e mesmo com uma vontade imensa de ali ficar... comecei a perceber que não estava completamente sozinha... e com o sol a pôr-se a a noite a anunciar-se, os conselhos diários da minha mãe assaltaram-me o pensamento e resolvi regressar ao meu carro. E ainda bem que o fiz... não tardou muito para que tivesse dois homens, um jovem de cor negra e outro bem mais velho, quase colados aos vidos do meu carro a lamberem-se e a tocarem-se como que estivessem a ver um gelado de três bolas... eram tarados! Incomodada, mas também mais consciente, liguei o carro e num gesto rápido pûs-me a andar dali pra fora a toda a velocidade e a agradecer a mãe que tenho.. por mesmo longe me dar segurança! Sim, tinha as portas trancadas tal como ela sempre me apregoou... Obrigada Mãe!

Moral da história:

Por mais importantes que sejam os nossos problemas, deslo logo por dizerem respeito a nós próprios, acreditem que há sempre alguém que está a passar por algo bem pior. Apesar de ter corrido algum perigo, percebi que a minha sanidade mental é uma dádiva que nem toda a gente possui... eis o caso daqueles dois débeis mentais! Sabe-se lá as circunstâncias em que vivem e pelo que têm passado para chegarem ao cúmulo de irem para uma praia olhar para desconhecidos e tentarem auto-flagelar-se de prazer... ISSO SIM É TRISTE!


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