4 de novembro de 2009

Dor!

Eu já não sei mais qual é a verdadeira cor do céu... se é o azul celeste ou o cinzento intemporal.... não me recordo mais o que simboliza cada passar de estação do ano... se é no Outono que as folhas das árvores caem ou apenas mudam de cor, ou se ainda é no Inverno que o calor se faz sentir... não sei se trabalhamos para ocupar o tempo e amamos para nos magoar... se continuo à espera do comboio no terminal do autocarro...

Se alguém me quiser explicar porque é que te tenho de conjugar no passado se ainda te sinto no presente... esconder-te de mim porque decidiste ir... e se eu também quisesse aprender...
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Será que ninguém entende que ainda tenho as tuas marcas na minha pele... que sinto o aconchego do teu abraço e me perco no sabor dos teus lábios... e agora a olhar-me ao espelho vejo lágrimas quando passo "base" sobre as marcas que deixaste. Como faço se não são tralhas, objectos pessoais ou roupas espalhadas pela casa?! São antes memórias tuas em cada virar de esquina, lembranças do que pareceu um sonho real no qual era actriz principal, menina bonita, conquistadora de corações... para tão repentinamente passar a figurante... adereço de um qualquer cenário onde não tenho sequer o direito de brilhar...

Os momentos, os silêncios entre os olhares, a simplicidade das palavras, a cumplicidade, imaginação.... o rejeitar querendo e a vida a soar a fácil.... tropeçam a cada segundo do meu dia... ainda é a tua respiração que me devolve o ar, me oxigena a mente... me faz sobrevoar o chão tão levemente... o teu perfume... esse...obriga-me a improvisar sempre mais uma daquelas histórias que não são para se contar... perfeição ou perdição... eras... és...serás...

...e agora.... não é revolta... é tristeza, é incapacidade de te olhar de outra forma que não aquela que o destino desenhou! Como eu queria ser transparente neste pesado e grande momento... só para te poder olhar sem a cabeça baixar, admirar-te o dia inteiro sem niguém por perto a culpar-me de te adorar... e como adoro... ao ponto de te aceitar...

Eu sei, sou peça de outro puzzle... e a culpa foi toda minha... fui eu quem te deu o meu coração... 

............................ se ao menos de "roubo" te pudesse culpar...

Onde foram parar as conversas durantes horas a fio, as gargalhadas desmesuradas que me provocas quando pensava ter perdido o jeito de o fazer... e aquelas coisas inexplicáveis a percorrerem-nos o corpo e a alma, para as quais não conseguimos qualquer definição... não quiseste uma explicação... para onde foram...


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