... foi há mais ou menos quatro anos que nos vimos pela primeira vez! Não me recordo que roupa trazias... só me lembro que ao contrário de todos os outros, eras o único a estar de pé e com a "cabeça no ar" a ver o que se passava ali naquele instante.
Era a primeira vez que estava a atravessar aquela sala, o mesmo espaço que viria a ser o meu futuro local de trabalho durante um ano inteiro... dirigiram-me a mim e aos meus colegas para uma sala onde nos iam colocar a par de mais algumas regras (eram tantas... estava com tanto receio).
Nunca tinha falado ao telefone com estranhos... sentia-me uma "menina" acabada de sair do regaço da minha mãe, estava assustada! Olhava ao meu redor e sentia um grande à vontade nas pessoas a trabalhar... parecia que "brincavam" com sistema... as respostas saiam assertivas. Aos meu olhos tudo me parecia demasiado difícil... mas não era! Saberia-lo daí a alguns meses, quando também eu já "brincava"!
Comecei a estabelecer afinidades... fiquei triste quando a Rita, a colega com quem me dava melhor, decidiu ir embora. Fiquei meio desamparada.... eramos as "manas"... diziam-nos que pareciamos gémeas!
Foi nessa altura que eu e tu começamos a aproximar-nos... percebeste que me sentia desmotivada... foi nesse mesmo momento que te aproximaste e disseste com real força que eu iria conseguir! Acreditaste em mim... até hoje!
Começamos a tornar-nos inseparáveis... liderávamos! As horas de almoço eram de morrer a rir onde eu e tu detinhamos os papéis principais! Ninguém escapava ao nosso escárnio e maldizer... eramos mauzinhos... eramos saudáveis! Nunca me vou esquecer do dia que levei os tennis Miguel Vieira vermelhos. Gozaste tanto que nunca mais os calcei! E do dia que levei a saia branca que denominavas como um pano de cozinha! Estúpido...adoro-te!
Fomos crescendo... lado a lado. A crescer conosco... uma cumplicidade irresistível, um amor de irmãos.
Estamos juntos novamente... o destino assim ditou. Com a pequena diferença de ser tua subordinada. Não foi fácil no início... e ainda hoje quando ao final do dia me tentas fazer compreender que o teu profissionalismo depende da tua imparcialidade... fico resistente. Não quero a tua imparcialidade... os outros querem... eu não! E tu também não...
És o meu melhor amigo. Confiaria a ti a minha alma...
Já temi muito não estar à altura daquilo que és para mim... hoje sei que não tenho que duvidar...desde que seja eu... vais gostar de mim dessa forma! A nossa amizade é isso... sermos tão nós!
Obrigada "toupeira"!
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